História
O Museu Etnográfico da Região do Vouga, representativo da considerada Região do Vouga, localizada na vila de Mourisca que, em tempos anteriores, foi uma quinta com exploração agrícola. Desta quinta, permanece até hoje uma casa senhorial dos finais do século XIX, típica do período da emigração do Brasil ao gosto burguês. É uma construção em gaiola, com fachada coberta a azulejo coroada uma plantibanda de colunetos.
No entanto, a anteceder a sua fundação, desenvolveu-se um longo trabalho de pesquisa, recolha de trajes e complementos da indumentária da região do Vouga. Se o primeiro intuito destas pesquisas era a recolha do traje, o mais fidedignamente possível, para uma fiel representação do Grupo Folclórico da Região do Vouga com a indumentária tradicional da região, decidiu-se, e dada a riqueza da mesma, fundar o Museu Etnográfico da Região do Vouga, pela iniciativa do etnógrafo José Maria Marques a 4 de Julho de 1977. Deste modo, adquiriu-se a indispensável representatividade etno-folclórica. Nesse mesmo ano, abre ao público, em duas salas da sede do grupo, a exposição permanente de indumentária da região serrana e da bacia do Vouga.
Já no final dos anos 80, o Museu ocupava todo o edifício principal e a antiga adega, ao mesmo tempo que continuavam as recolhas, não só de trajes, mas também de objectos de uso doméstico, de alfaias agrícolas, de utensílios de trabalho artesanal e de ofícios. Além da recolha, levada a cabo, o Museu ia recebendo ofertas do povo (nomeadamente utensílios, peças de vestuário, histórias antigas, entre outras coisas). Todo este património, material e imaterial, está hoje ao alcance de todos no Museu Etnográfico da Região do Vouga.
O Museu tem vindo ao longo dos tempos procurar adaptar-se aos novas abordagens museológicos, com o objectivo de servir a sociedade. Deixando para trás o conceito museologia tradicional, e implementar a nova museologia. Procurar organizar um discurso museológico capaz de gerar a comunicação, promovendo a participação da comunidade na construção e análise da história das comunidades para uma acção onde estes possam reconhecer-se na sua identidade cultural utilizando novas técnicas museológicas para solucionar problemas sociais e urbanos.